domingo, 17 de março de 2013

Frases de efeito, ideias geniais e a memória de ameba

Perigos de ter um bom vocabulário ou de pensar fora da caixa!

Título extenso e com o marcador desabafo: calma!, não vou xingar ninguém, só tecer alguns comentários sobre algo que percebi acontecendo ao meu redor e que provavelmente não teria como eu consertar, deixei para lá (let it be in English).



Vamos lá! Li em algum blogue, vi na TV, etc e tal, mas como não salvei o link e nem lembro direito de onde esta informação me chegou, que 1% das pessoas criam conteúdo na Internet, 9% comentam e 90% simplesmente repassam. Pode ter sido inclusive em um vídeo do TED [1], que nem acompanho mais.

Os números não são exatos mas descrevem bem o ser humano como criador e usuário de ideias, conhecimento, dicas, truques, macetes e outros.

Outra coisa interessante são as frases de efeito, aquelas que alguém diz e todos ao redor ficam em silêncio admirando a sua potência e precisão. Quem lê muito tem um bom repertório delas, pode inclusive criar novas a partir delas ou as suas próprias.

Uma coisa interessantíssima em tudo isto é que quem fala uma frase destas pode simplesmente não dar qualquer importância ao que disse por ser para esta pessoa algo absolutamente trivial.

Uma frase bem engraçada e de certo mal gosto que eu li em um blogue há muito tempo e não lembro em qual foi mais ou menos assim: "Camões deve estar dando um salto mortal duplo de costas no túmulo agora". Foi um comentário a um erro de português destes de deixar qualquer um de cabelo em pé. Cada vez mais comuns e nunca criticados por ninguém.

Certa vez percebi o desconforto de duas colegas de trabalho que sentavam uma ao lado da outra. O motivo era que elas precisavam falar uma com a outra, mas como eram escravas do telefone (tinham que atendê-lo sempre), nem sempre conseguiam fazer isto. Me explicaram o que acontecia e eu dei uma solução para o problema delas: quando quisessem falar, bastava uma ligar para o ramal da outra!

Excelente, devo ter ganhado uma fama de gênio? Não! Criei fama de ter memória de ameba. Como? Simples: a minha ideia revolucionou a vida delas e eu simplesmente não tinha um ramal em minha mesa para me beneficiar com isto. Com o tempo (diversos meses) esqueci da ideia e percebi que elas conversavam ao telefone mesmo estando a poucos metros de distância. Perguntei o motivo e elas disseram que a ideia tinha sido minha. Pensei um pouco e lembrei, mas aí já era tarde, elas nunca mais me olharam da mesma forma.

A diferença entre o 1% e os outro 99% ou dos 10% e dos outros 90% é que os primeiros têm diversas dúvidas e questionamentos o que os fazem tentar pensar de forma diferente, já os outros só têm certezas! Explicar para aquelas colegas que aquele truque nunca me serviu para absolutamente nada e não era nem o centro das minhas atenções nem jamais significou nada para mim era absolutamente impossível. Ter uma mente medieval ou cartesiana é mais uma característica do que defeito. Elas, como bilhões de outras pessoas foram treinadas e acostumadas a duvidarem de qualquer capacidade criativa que possam possuir. Em outras palavras elas não têm nenhuma capacidade de fazer nada novo.

Outra coisa interessante é que diversas pessoas que conheço veem as frases de efeito que eu tive a sorte de colocar de forma feliz na conversa banal como minha filosofia de vida, e me cobram sobre isto. Só tenho a dizer a estas pessoas: eram só frases de efeito, não eram inspiração divina.

Pronto: falei!

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[1] http://www.ted.com/

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