Mundo comercial

O dinheiro é um meio e não um fim em si, esta inversão de valores pode provocar distorções graves

Se o mundo continuar "evoluindo" do jeito que vem acontecendo talvez algum dia uma rede de Fast Food me ofereça um novo produto sem o meu conhecimento e logo após me rapte para analisar como o produto deles reagiu com o meu organismo. A base legal para isto seria a licença de uso implícita com a qual eu teria concordado ao entrar na lanchonete.

Caso eu viesse a morrer, poderia inclusive ter minha foto exibida como "cliente do mês", ou na toalha de papel da bandeja, mostrando que eu ajudei a desenvolver um novo produto.

Uma revolta contra o aumento das passagens de ônibus ocorrida em Salvador em 2003 deu origem a proposta de implantação do passe livre para todos pelo MPL, mas dificilmente isto se realizaria pois não encheria o bolso de ninguém com dinheiro. Poderia aumentar os impostos mas diminuiria consideravelmente a poluição ambiental e incluiria socialmente um número incalculável de pessoas que simplesmente não têm dinheiro para se locomover até para procurar assistência médica.

Agora estão tentando implementar uma lei (o AI-5 Digital) que obriga todo cidadão a usar certificação digital e aos provedores de acesso à Internet a segui-los a cada passo como se fossem marginais de altíssima periculosidade, mesmo que estejam apenas querendo ver a foto do bebê de uma amiga que acabou de nascer. Isto encarece o fornecimento do serviço e desestimula o uso cotidiano da grande rede.

Três exemplos: um hipotético e dois que podem vir a acontecer, o primeiro daria uma liberdade muito grande aos usuários do transporte público, o outro tiraria todo o diferencial da Internet, mas apenas daqueles que não têm como escapar dos mecanismo de controle. Os crackers e outros cibercriminosos continuariam com suas atividades corriqueiras normalmente, inclusive com certificados roubados.

Pronto, falei!