sábado, 19 de janeiro de 2008

Repercussão mesmo!

Por um mundo com mais liberdade!

Bom, nunca foi minha intenção transformar este blog num site politizado. Eu pretendo que ele seja meu site pessoal onde eu possa postar o que realmente me interessar, mesmo que não seja realmente importante.

Mas de qualquer forma não existe nada que me impeça de postar qualquer notícia, fato ou idéia de fundo político! Afinal, quando caí de pára-quedas na notícia da prisão de Fouad Al-Fahran, não imaginava que a repercussão seria tão grande para mim mesmo. Desde 11 de setembro de 2001 o mundo não islâmico deixou de ignorar o mundo árabe e começar a temê-lo como se fosse uma verdadeira fábrica de terroristas. Acho que isto nunca me atingiu, afinal em tenra infância estudei com um garoto muçulmano, e apesar de saber que ele tinha uma família muito rígida, e achar isto um pouco estranho apesar da minha não ser liberal, eu o via como outro garoto qualquer do colégio, o que ele realmente era.

Outra coisa interessante sobre a cultura árabe de uma forma geral, é que somente os filmes ganhadores de prêmios significativos acabam chegando aqui. Sendo assim, a visão do "mundo deles" vista em vídeo ou pelo cinema mesmo é bem realista e completa. Mas, para muita gente estes filmes podem passar por histórias anacrônicas e totalmente fora da nossa realidade. Mas até mesmo um filme brasileiro sobre o período da ditadura, da qual saímos recentemente em termos históricos, tem uma aparência de algo bem irreal e completamente fora do contexto de nossas vidas imediatas.

Bem, de qualquer forma, para os que só assistem novelas, e eu não os recrimino realmente, e por isto não têm como saber que existe um mundo muito grande e muito diferente do nosso, até mesmo lá no nordeste e lá no sul, esta mídia oportunista pode fazer o que quiser de suas idéias e opiniões, basta mostrar "o que interessa".

Juntando o convívio que tive com gente que vive realmente em outra cultura e ter a oportunidade de presenciar histórias sobre árabes e contadas por árabes com extrema sinceridade, me deu uma noção um pouco menos bitolada do que realmente existe neste mundo e do que não passa de invenção ou interpretação superficial do que acontece nele.

De certa forma estou tentando justificar ter abraçado uma causa que convenhamos, não é minha e nem me atinge diretamente, mas vamos às repercussões que participar, mesmo que de longe desta campanha, fizeram alguma alteração em meu cotidiano.

Descobri que o ativismo árabe não é como boa parte desta mídia apregoa, ou seja, o terrorismo pura e simples. E que este Fouad que estamos (que pretensão) tentando libertar, é absolutamente contra este mesmo terrorismo. O único pecado dele foi ter idéias próprias e não se envergonhar disto. E ele não é o único.

O site da Juventude do Oriente Médio e um jornal eletrônico, o C.R.I.M.E. (sigla para direitos civis no oriente médio, em inglês), por exemplo falam sobre um abraço a Jerusalém que será formado por árabes e judeus juntos, faz também propaganda de um filme de animação sobre a rebeldia de uma jovem muçulmana durante a revolução islâmica no Irã, Persepolis. Em outras palavras, longe da idéia já quase que cristalizada no ocidente de predomínio da intolerância e do ódio, estes árabes falam de convivência pacífica e respeito mútuo.

Um blogueiro lá com certeza faz parte das classes mais abastadas, mas isto não tira dele o direito à vida e à liberdade, mesmo que apenas a de expressão. E estar há 40 dias preso é um preço muito caro a se pagar apenas por defender suas idéias.

Não quero fazer parte de um planeta histérico onde todos desconfiam de todos e todos se odeiam e nunca ninguém jamais terá um momento de paz para aproveitar a vida. Acho que é por isto que estou participando desta campanha.

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