Meus primeiros contatos com blogs foram com aqueles que realmente eram diários abertos na Internet. O que se lia era muito parecido com o que se vê entre os miguxos e miguxas do orkut. Em caso de a pessoa ser adolescente isto é até natural e saudável, mas para quem já saiu desta fase terrível é no mínimo ridículo. Por isto mesmo ignorei os blogs e não via razão para saber da intimidade de um completo desconhecido que provavelmente nunca veria na vida.
Numa segunda fase, apareceram notícias, algumas eram simples cópias de sites jornalísticos. Agora sim, a coisa começou a ficar um pouco interessante, afinal alguém filtrou uma notícia entre centenas e achou que aquilo valeria a pena ser divulgado. Mesmo assim, os jornais ainda eram mais ágeis na divulgação e precisos no conteúdo.
Um pouco depois apareceu a publicação de opiniões e criação de memes. Pronto, já era hora de eu conhecer, mas as impressões anteriores tinham criado em mim um preconceito que me fazia crer que blog era sinônimo de futilidade e egocentrismo puro. Continuei afastado deste universo apesar das freqüentes citações sobre blogs que até eram formadores de opinião.
Algum tempo atrás cai de pára-quedas neste mundo e percebi então que já existia há um bom tempo até o blogs sobre blogs, ou seja um questionamento do próprio exercício desta atividade incluindo informações de como ter sucesso com o próprio blog. O blog já tinha deixado de ser um passatempo qualquer e começou a ganhar importância.
Acredito que já estamos numa era pós-moderna do blog, onde não existe mais porque definir o que deve ou pode ser blogado. A pessoa já pode deixar um relato pessoal, uma notícia, comentários sobre qualquer coisa e por ai vai. Não tem como alguém falar que este ou aquele blog não pode ser chamado assim porque saiu do objetivo único para o qual os blogs existem.
O blog já consegue se sustentar por si só, como sempre disseram sobre o pop, que se alimenta de si mesmo. Eis que chegou a sua independência em relação às outras mídias.
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