quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Esta é velha e batida, mas define meus hábitos de consumidor

SABE QUEM SOU EU?

- Eu sou o homem que vai a um restaurante, senta-se à mesa e pacientemente
espera, enquanto o garçom faz tudo, menos o meu pedido.

- Eu sou o homem que vai a uma loja e espera calado, enquanto os vendedores
terminam suas conversas particulares.

- Eu sou o homem que entra num posto de gasolina e nunca toca a buzina, mas
espera pacientemente que o empregado termine a leitura do seu jornal.

- Eu sou o homem que explica sua desesperada e imediata necessidade de uma
peça, mas não reclama quando a recebe após três semanas somente.

- Eu sou o homem que, quando entra num estabelecimento comercial, parece estar pedindo um favor, ansiando por um sorriso ou esperando apenas ser notado.

- Eu sou o homem que entra num banco e aguarda tranqüilamente que as
recepcionistas e os caixas terminem de conversar com seus amigos, e espera
pacientemente enquanto os funcionários trocam idéias entre si ou,
simplesmente abaixam a cabeça e fingem não me ver.

- Você deve estar pensando que sou uma pessoa quieta, paciente, do tipo que
nunca cria problemas.

Engana-se. Sabe quem eu sou?

Eu sou o cliente que nunca mais volta!

Agora minha contribuição.

Tento tratar o melhor possível as pessoas, não importando quem sejam. Infelizmente parece que muita gente simplesmente acha isto uma demonstração clara de fraqueza e falta de personalidade. Acredito que estas pessoas citadas acima que fazem pouco caso de quem paga os salários delas, agem por este motivo.

Não me daria bem como ator pois não consigo disfarçar muito bem minhas emoções. Sendo assim, várias vezes saí de algum estabelecimento com a cara amarrada enquanto quem deveria ter me atendido se questionava o porque do meu mau humor.

O brasileiro médio não está mais acostumado com cordialidade, e acaba confundindo isto com intimidade, o cliente que cumprimenta dizendo bom dia acaba se tornando uma espécie de cliente de segunda classe, quase como se fosse "da casa" e é atendido por último, como se tivesse obrigação de gastar o dinheiro naquele lugar.

Quando percebo que está sendo gerada uma intimidade unilateral e quem deveria me atender "procura resolver o que é mais importante" antes de perceber minha presença, procuro mudar de fornecedor de serviços. Ser bem tratado é bom, ser confundido com amigo de infância é outra coisa.

Este tipo de procedimento já está tão irraigado na cultura brasileira que acho difícil existir bom atendimento sem que o tal do atendente se sinta falso.

Mas acho que o trabalho não deve ser confundido com vida pessoal, afinal quem gostaria de ser abordado por um cliente que tenha se lembrado de um atendimento recente durante um passeio no fim-de-semana com a família, numa mesa de bar com a namorada, durante compras num supermercado ou enquanto espera por uma carona ao lado de um semáforo.

Profissionalismo é uma coisa que faz falta neste país, bastava as pessoas envolvidas no serviço, tanto o cliente quanto o atendente focarem suas atenções no produto ou serviço oferecido que este tipo de problema desapareceria completamente.

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