quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Cultura sem frescura

Num país onde a população se divide entre a grande maioria que acha o brega a expressão máxima da cultura, fácil de lembrar e de digerir e uma minoria que perdeu completamente o contato com o povo e se orgulha de ter lido livros, visto peças e filmes que o povão não entenderia, existe o Digestivo Cultural, mas, não digo que una estes dois mundos completamente diferentes, mas que derruba certos muros criados pela mídia, oferecendo conteúdo de gosto refinado para qualquer um acessar.

Muitos dizem que não lêem porque isto é coisa de nerd ou que simplesmente não gostam. É mesmo argumento infantil que crianças usam dizendo "não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe.". Afinal o brega e o que é artificialmente pop está disponíveis em praticamente todos os lugares ao custo de R$ 5,00 ou R$ 10,00 no camelô mais próximo, ou a um clique na grande rede, todos já ouviram ou viram e ninguém reclama do conteúdo ou diz que não é "um tudo", afinal, segundo a crença popular, se todo mundo gosta é bom.

Então meu argumento é: se é grátis, vamos dar uma olhadinha quem sabe se o Millôr Fernandes não nos conte sua opinião sobre seu trabalho e sua via em Notas de um ignorante, da qual não concordo.

Por sinal este ensaio veio empacotado com outros três de uma qualidade excelente no Newsletter deles que neste dia também me trouxe Dialogando com o público leitor, onde João Ubaldo Ribeiro cai de pára-quedas nos sonhos de fama e sucesso de um de seus leitores. Já Antonio Prata acha o paraíso na Terra e logo depois o perde em Bar ruim é lindo, bicho, onde os extremamente descolados acabam com a magia de um recanto pitoresco. Por fim um texto que por falar em Arte Moderna, se torna um pouco menos digerível por falar dos tais nomes e datas que o Millôr diz não lembrar. A minha explicação para este o surgimento deste fenômeno que já tem mais de um século é bem mais simples e prática, acredito simplesmente que a invenção da fotografia deixou a representação exata da natureza em melhores mãos nas máquinas e deu oportunidade ao espírito de ser mais livre e representar seu mundo interior ao invés da realidade nua e crua que um simples clique pode fazer sem nenhum esforço, o texto é Arte moderna, 100 anos, de Daniel Piza.

Um diferencial do portal é que os textos são acessíveis, não são por demais acadêmicos, o que assustaria os não iniciados. Já descobri muita coisa boa folheando as páginas do digestivo, que por sinal fala sobre tudo que se relaciona a cultura, e para não me alongar demais, reproduzo abaixo as atrações da semana, no mesmo formato que está no site.

Segunda-feira
Artes
Internet
Terça-feira
Teatro
Televisão
Quarta-feira
Cinema
Música
Quinta-feira
Além
do Mais

Gastronomia
Sexta-feira
Imprensa
Literatura


Para quem tem fome de cultura e não sabe onde se alimentar sem uma bela indigestão, recomendo o digestivo.

Mas, como nada na vida é perfeito, só faço um alerta aos que quiserem deixar um comentário. Junto com o texto aparece o IP de quem postou, o que evita o vandalismo mas que assusta quem se preocupa com segurança e pode ser um prato cheio para aqueles que se divertem invadindo a privacidade alheia pela Internet.

Correção:
O meu comentário sobre a fotografia foi feito antes de terminar de ler o ensaio sobre arte moderna, sendo assim, não coloquei nada de novo. Não tinha terminado de ler o ensaio por motivos práticos e não por não ter gostado dele.

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